Olhei para o espelho e vi minha face, pensei por segundos eternos e decidi questões difíceis,
Fiz a barba, lavei o rosto, tomei um bom banho e recobrei o ânimo.
Vi que nada fazia sentido, o modo que eu vivia ou modo que me lamentava, o modo que me omitia num planeta de mentiras que eu sustentava com meu comodismo e minha falta de amor próprio.
Olhei pela janela e vi pessoas sorrindo, outras como eu, mas em movimento, algumas não sabiam o porquê viver, mas sabiam que jamais iriam largar a sua vida.
Que assim como a minha era tão complicada e sem solução, num mar de problemas que me cercam, vi por essa pequena janela um fecho de luz ao alto, que imponente brilhava por mais que as nuvens o encobrissem.
Respirei fundo e fui olhar o tamanho do estrago, as pessoas que me amavam sofreram com tão profunda tristeza e perturbação em minha alma, com tanta amargura no meu falar, com minha feição de desprezo, o desprezo de quem já não liga...
A minha vida entrou em ruínas, quando por algum desatino decidi não cuidar de minha aparência, afinal vou me cuidar para quem ver?
Quando não mais olhei com esperança, a tudo que já deve estar perdido.
Que depressão eu entrei sem perceber ou quem sabe sem ligar para o que aconteceria,
O trapo que me tornei não presta nem para limpar o chão, assim eu me sinto...
Mas vejo por essa janela que os covardes não são aqueles que nunca desanimaram, não são aqueles que nunca desistiram, jamais serão os perfeitos, os que têm talento, os super dotados (ah como eu queria ter nascido super dotado), os verdadeiros covardes são aqueles que se entregam para si mesmos no mar do esquecimento deixando seu amor próprio de lado pela única e exclusiva futilidade do comodismo como desculpa para não lutar pela resolução dos seus problemas.
Esses pensamentos agora me libertam, essa pequena luz se acende na minha escuridão e consigo ver ainda que longínquo um horizonte que a tempos eu deixei de sonhar.
Recobro meu ânimo para caminhar, não consigo ir rápido, minhas forças se dissipam, foge-me até o fôlego, mas eu não posso mais ficar parado e morrer aqui.
Caminho para essa luz e mesmo que desfaleça tentando, eu não serei lembrado como um covarde que desistiu, ainda que ninguém me reconheça ou me dê valor, eu vou conseguir mesmo que a minha dignidade tenha sido arrancada em zombarias pela minha vidinha medíocre até aqui, pois a mediocridade vai estar somente aos olhos daqueles que não me merecem e somente até esse ponto em que deixo tudo para traz para ser tudo o que eu sempre sonhei.
Ainda que eu não realize os meus sonhos, eu não vou ser esquecido, eu não vou perder a esperança (não mais), eu vou seguir vivendo cada momento como sendo importante para mim, viver cada momento como se fosse o ultimo, amando a mim mesmo e descobrir quem me ama de verdade sem me importar o que pensam os outros, realmente os “outros” não importam e muito menos a opinião deles sobre mim.
Adeus tristeza que me ensoberbece, adeus complexo que não me merece, adeus declínio, adeus escuridão que me cega, apenas contemple minha ascensão.
O fascínio dessa luz já me contempla com um brilho forte que está por toda a parte dando contraste e ressalvo as cores, percebo que já estou além das nuvens e elas já não me encobrem.
O Influenciador.
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